nasci numa montanha,
cresci nessa montanta,
desci dessa montanha
pra ver o mar.
subi noutra montanha,
e em outras mil montanhas,
do alto de uma delas
eu vi o mar.
à beira-mar, à beira-mar...
eu tava finalmente
beirando o mar
à beira-mar, à beira-mar...
eu tava onde eu queria
beirando o mar
sentindo-me montanha
virei uma montanha
de dúvidas e idéias
a marejar.
se a fé move montanhas,
depois de umas façanhas,
a culpa faz montanhas
até voar!
despenhadeiro viro
por ter ainda um lado
que insiste que eu preciso
de entrar no mar.
a desfazer memórias,
desconstruindo histórias,
vou despencando aos poucos
ao me banhar.
r. 331 & 350